O advogado Luiz Francisco Barbosa, que defende o ex-deputado Roberto Jefferson, delator do mensalão, afirmou nesta quarta-feira (28) que "vaia" a pena de 7 anos e 14 dias imposta ao cliente pelo Supremo Tribunal Federal. Ele disse que vai entrar com recursos na própria corte contra a decisão.
"Eu não aplaudo, eu vaio a pena, porque considero que o julgamento contra Roberto Jefferson não terminou. Deverão ser enfrentadas matérias, contradições, que serão tratadas por embargos de declaração", afirmou.
Luiz Francisco Barbosa argumentou que Roberto Jefferson não pode ser responsabilizado criminalmente por aceitar dinheiro em troca de apoio no Congresso ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o advogado, o artigo da Constituição que prevê a imunidade parlamentar também se aplica ao caso.
"O artigo 53 da Constituição consagra a imunidade parlamentar e diz que os deputados e senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos. A acusação é de que eles estariam recebendo dinheiro para votar. A acusação não permite a condenação criminal, só a política. E meu cliente já foi penalizado politicamente com a perda do mendato", afirmou.
Luiz Francisco Barbosa contou que conversou com Roberto Jefferson após a fixação da pena pelo Supremo. Segundo ele, o ex-deputado federal disse que foi contabilizada em excesso a quantidade de crimes de lavagem de dinheiro que ele teria cometido.
"Ele disse que foi colocada na conta dele lavagens que foram praticadas José Carlos Martinez [ex-presidente do PTB] e Romeu Queiroz [ex-primeiro-secretário do partido], sobre as sete incidências na lavagem de dinheiro", afirmou.
O advogado disse que, apesar de considerar a pena "injusta", Jefferson está "tranquilo". "Ele me pareceu bem tranquilo. Estava ciente de que, fosse o que viesse a ser decidido, isso não seria o fim da luta."
Quer saber mais sobre o assunto? Clique aqui.
Nome: Beatriz Felicio
nº2
Nenhum comentário:
Postar um comentário