sábado, 23 de junho de 2012

Nome: Lucas Roque Nº: 19

                                  Politica *
   -   Péssimo negócio para o PT.


Era 23 de abril de 2006. Aqui, neste espaço, este colunista fez uma avaliação crítica sobre a decisão do PT estadual de apoiar o ex-prefeito de Sobral, Cid Ferreira Gomes, para o Governo do Estado. No resumo, foi dito que os petistas, depois de seis disputas sem sucesso (de 1982 a 2002) resolveu trocar a candidatura própria pela chance de ter o vice-governador. Num Ginásio Poliesportivo da Parangaba lotado, petistas que queriam outro rumo, a exemplo de José Airton Cirilo, chegaram a ler trechos da coluna, repetindo argumentos aqui apresentados, de que disputar o Governo com cabeça de chapa era o melhor caminho. Seis anos se passaram e, assim como foi dito à época e nas dezenas de colunas de lá para cá (às vezes, voz isolada), o PT fez um péssimo negócio em aceitar a coligação.

Façam as contas. O partido teve um apagado Francisco Pinheiro como segundo nome no comando estadual, de 2007 a 2010. Depois disso, viu o posto ir para o PMDB de Domingos Filho. Na Assembleia Legislativa, durante longos seis anos, em nome de um governo do qual nunca participou ativamente, deixou de fazer o que sempre fez de melhor: fiscalizar, criticar e cobrar transparência na gestão pública.

Fora da Capital, o PT cresceu bem menos do que poderia, considerando-se a força do Governo Federal, que a sigla controla há nove anos. E cresceu, diga-se, para um ou dois caciques da legenda. Agora, quem diria, fora do governo estadual e na reta final de uma gestão que divide opiniões em Fortaleza, o PT tem de apostar em um neófito para tentar manter-se no jogo para, talvez, a depender do resultado eleitoral, começar tudo de novo em 2014.

Enquanto isso, os Ferreira Gomes não tiveram do que reclamar. Com o apoio decisivo do PT, tiraram a reeleição do então governador Lúcio Alcântara, em 2006, e não tiveram dificuldades de conseguir mais quatro anos, em 2010. Com um governo relativamente planejado, fazem uma gestão vistosa, têm o controle absoluto do legislativo e, a despeito de o PT ser a maior força política nacional, fizeram de seus membros, aqui no Ceará, meros coadjuvantes.

                  A “DESUNIÃO” PELO CEARÁ;
Sempre é de bom alvitre para quem acompanha e comenta política não abraçar causas nem fazer apostas sobre o que poderá acontecer. Quando isso ocorre, o comentarista vira oráculo e a torcida toma o lugar do distanciamento – este último um ingrediente básico do bom jornalismo. Agindo-se com isenção também se evita o pior – a rápida mudança de discurso -, para o caso de as previsões não se confirmarem. O fim da aliança do governador Cid Gomes (PSB) com a prefeita Luizianne Lins (PT) remete um pouco a isso. Durante a vigência do acordo político-eleitoral, setores da imprensa do Ceará chegaram aos píncaros de dizer que estávamos diante de uma espécie de reedição da “União pelo Ceará” - como ficou conhecido o acordo dos coronéis, liderado por Virgílio Távora, nos anos 1960/70. PSB-PT mais pareceu uma “desunião”. Da visão imediatista e acrítica de muitos analistas, vieram os mais animados e criativos rótulos para uma aliança oca de conteúdo e propósitos para o Ceará e, particularmente, para Fortaleza.

                    OS FATOS E A NÃO-COMEMORAÇÃO;
 

O mais prudente, algo que este colunista procurou fazer nos últimos seis anos, foi ver os desdobramentos à luz dos fatos. Assim, sempre considerou que a aliança PT-PSB não passava de um acordo eleitoreiro, carente que era de afinidade entre os dois líderes, para dizer o mínimo. Agora, que o rei está nu, fica fácil para todos perceberem o quão sem sentido foi o casamento político de conveniência. Difícil foi dizer isso quando membros do PSB e PT afirmavam, para este colunista, que a aliança só não existia nesta Coluna às segundas-feiras. É para comemorar o desfecho de tudo isso? Claro que não. Como ficar alvissareiro diante da sensação de tempo perdido para o Estado e a Capital?

para mais informações: http://www.opovo.com.br/app/colunas/politica/2012/06/18/noticiaspoliticacoluna,2860875/pessimo-negocio-para-o-pt.shtml

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