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Favela da Rocinha |
As favelas são solos férteis para criação cultural. O samba, a capoeira, o choro combinaram a dança e a música na gestualidade estética carioca. O funk, o hip-hop, o break e o forró atualizaram as marcas do mundo vivido de seus moradores. A pintura, o grafite, a fotografia e o vídeo retraduzem pertencimentos à cidade.
A favela faz florescer a cultura no Rio de Janeiro. Nos seus becos, vielas e pequenas praças estão os diferentes encontros que formam um tecido denso de sociabilidade, de religiosidade, de humanidade. É a mistura de arte com a vida que vai faz a esperança cotidiana ser chamada de cultura.
Por isso, e muito mais, que a favela é um território de experimentações, de singelezas e de desafios. Olhando de longe não identificamos os equipamentos culturais monumentais. Não há prédios grandiosos, e até mesmo mais simples não ilustram a paisagem. Mas quando nos aproximamos fica em relevo a pluralidade de invenções e de práticas que dão significado à existência humana.
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Grafite na Rocinha |
A cultura é o habitar em uma obra inconclusa, sobretudo porque a criação cultural é um ato de trocas simbólicas, corpóreas e materiais entre os seres humanos. Assim, criamos vínculos e interpretamos nossa presença na sociedade. Porém, a cultura nos permite interrogar nossa posição, nosso lugar, nossa existência. A cultura está imersa em nossas práticas e condutas sociais. Daí a centralidade política da cultura para a construção de um projeto transformador da cidade contemporânea.
Leonardo Colaço n 31
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